segunda-feira, agosto 18, 2014

O Novo Banco e os inevitáveis problemas da solução definida



A insolvência do Banco Espírito Santo que deu lugar à sua divisão em dois - o Novo Banco e o antigo BES - ainda vai dar muito que falar. Claro que seria agradável que as coisas corressem bem e que o Novo Banco fosse vendido sem grande prejuízo e que o Bad Bank arrumasse as suas contas sem problemas de maior.

No entanto, analisando bem a situação, parece-me que isso será pura utopia. É que existem vários problemas a considerar (que abordarei adiante) e, como é agora óbvio, alguns pontos fulcrais deste caso foram-nos relatados de um modo relativamente superficial. Isto não deveria acontecer pois, em última instância, se o processo correr mal seremos nós, contribuintes, a pagar mais uma vez a factura. Mas vamos então analisar a situação numa óptica mais realista.

Em primeiro lugar, a legislação que permite socorrer um banco insolvente na zona euro dá cobertura ao que foi efectuado neste caso mas adopta uma designação reveladora para o novo banco: Bridge Bank. Isto significa que o seu posicionamento no mercado deve ser pouco dinâmico só existindo para preparar a sua própria venda. Como se pode constatar aqui, o Banco Central Europeu por motivo do equilíbrio concorrencial no sector, impõe que os negócios do Bridge Bank sejam limitados e que as sua política comercial seja prudente. Por outras palavras, o Novo Banco ou Bridge Bank (a designação é irrelevante) só poderá realmente desenvolver-se quando for vendido a privados. 

Agora, será o tempo da restruturação a todos os níveis que pretenderá, no máximo, obter um banco equilibrado e limpo com base num balanço muito mais reduzido do que antes. O objectivo fundamental e prioritário é o de vender o Novo Banco com a maior rapidez possível. Neste paticular aspecto, o BCE refere que o objectivo principal é a venda dos activos do banco para pagar o empréstimo do Fundo de Resolução (em que a maior do dinheiro veio do Estado através da linha de crédito da Troika). Torna-se óbvio que essa é sempre uma possibilidade mas a estratégia principal não deveria ser essa mas sim a de vender o banco como um todo, sem problemas financeiros e com um assinalável potencial de desenvolvimento futuro. Será um banco transitório cujo funcionamento pouco activo não interessa nem ao nosso sistema bancário nem à economia do país. Sendo assim, seria muito favorável que o Novo Banco estivesse pronto para venda até ao final do ano, o que de qualquer modo se afigura bastante problemático.

Por outro lado, existe o problema do Bad Bank - o antigo BES - para o qual foram enviados todos os activos tóxicos. Só que existe aqui outra questão que pode tornar-se bastante grave. Com efeito, este esquema está desenhado no pressuposto de que os prejuízos e responsabilidades desta instituição serão pagos na sua totalidade pelos accionistas e detentores de obrigações subordinadas através do valor dos seus títulos. Ora isso seria um milagre pois certamente a enorme quantidade de dívidas que os credores do BES reclamarão ultrapassará largamente, na minha opinião, o montante referido.  E à falta de outros fundos essas potenciais dívidas - mesmo depois do estabelecimento de acordos - deverão muito provávelmente ser pagas pelo Estado, ou seja, por todos nós.

Nestes processos não há milagres. Bem pelo contrário, o que costuma haver são surpresas desagradáveis a que os portugueses, infelizmente, se vêm habituando cada vez mais.

quarta-feira, agosto 13, 2014

O Novo Banco


Actualmente, o assunto de todos os dias é o Novo Banco. Nascido com a insolvência do Banco Espirito Santo e a sua subsequente divisão em “Banco bom” e “Banco mau”, o Novo Banco detém todos os activos não tóxicos do antigo BES. Por isso, está em excelentes condições para ir aumentando progressivamente o seu valor, desde que seja bem gerido e defina uma estratégia de reestruturação global tendo como base a segurança, a produtividade e a rentabilidade.

quinta-feira, abril 24, 2014

A Vida Segue Igual?


A questão da Ucrânia não está a mostrar o impacto que normalmente teria. Ainda bem. Os mercados financeiros continuam em alta enquanto existem problemas nos mercados emergentes e um pouco por todo o lado se fala de um próximo e provável crash.

É interessante registar o nível actual de certos activos  e compará-lo com o valor de há 2 meses atrás (post anterior).

S&P500 - 1875,39
Ouro (GLD) - 123.76
Petróleo (OIL) - 24.24
Natural Gaz (GAZ) - 3.20
EURUSD - 1.3817

quarta-feira, março 05, 2014

Uma Guerra De Palavras



No seguimento da mudança de poder na Ucrânia, a Rússia domina agora, na prática, a Crimeia que é parte integrante da Ucrânia. A situação é grave porque, embora não sendo ainda provável, poderia ser um primeiro passo para uma ocupação da parte leste e sul deste país, regiões onde a língua predominante é o russo. 

O actual poder na Ucrânia depende totalmente do ocidente, quer financeira quer militarmente. A guerra está fora de causa pois não é do interesse nem dos Estados Unidos nem da União Europeia. Vai assistir-se daqui para a frente a uma guerra de palavras em que nem as sanções económicas são praticáveis. As duas palavras - Gaz Natural – vão obrigar a resolver a questão. Provavelmente, sem satisfazer todos os desejos da Ucrânia, mas permitindo-lhe continuar a ser um país soberano.


 Indicadores da crise


S&P5001859.45 em 28 de Fevereiro; 1873.81 em 5 de Março

Ouro (GLD) 127.62 em 28 de Fevereiro, 128.89 em 5 de Março

Petróleo (OIL)24.13 em 28 de Fevereiro; 23.80 em 5 de Março

Natural Gaz (GAZ)3.06 em 28 de Fevereiro; 3.02 em 5 de Março

EURUSD1.38 em 28 de Fevereiro; 1.3733 em 5 de Março 


Por agora, o mercado não acredita em crise nenhuma!

segunda-feira, janeiro 27, 2014

As Fraquezas da Economia Mundial


A economia mundial treme facilmente. Agora foram as notícias de fraqueza nas manufacturas chinesas que provocaram ondas de choque com receio de fraco crescimento económico. As divisas que mais sofreram foram o peso argentino, a rupia indiana, a lira turca e o rand sul-africano. Mas também andou por aqui hot money a retirar os lucros. E se o FED continuar a diminuir (mesmo lentamente) os estímulos à economia os reflexos podem ser negativos. O Ouro pode ter aqui a viragem que é esperada por muitos.

segunda-feira, janeiro 20, 2014

O Ouro está numa fase complexa


O Ouro tem um ETF - o GLD (ver gráfico), que é transaccionado como se fosse uma acção e que replica a performance daquele metal precioso. A sua evolução tem fraquejado continuamente desde o top efectuado em Setembro de 2011 a 185.85, depois de muitos anos de sólido e forte bull market. Nos últimos seis meses registou três mínimos próximos de 114.50, valor que passou a ser um suporte decisivo.
 clicar para aumentar


Chart courtesy of StockCharts.com at http://stockcharts.com

Na minha opinião, é assim que a situação actual tem que ser enquadrada: se o preço a que o GLD está a negociar ultrapassar o último lower high (122.32) mantendo-se acima da EMA(50), a situação fica positiva. Se tal não acontecer e o suporte de 114.50 for quebrado em baixa, isso será bastante bearish e continuarão as descidas.

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